Sumário |
Paulo Henriques Britto se afirma como criador de um universo próprio, feito de uma prosa límpida que, parecendo coloquial e transparente, não perde tempo ao capturar e expor seus objetos nos contos de "Paraísos artificiais", seu livro de estréia na ficção. Seja qual for o cenário - a cidade grande, o estrangeiro ou a provinciana São Dimas, os relatos deste volume capturam sempre situações extremas - que podem ser uma doença sem nome ou um mero ônibus errado - e encontros embaraçosos - quase sempre do protagonista consigo mesmo. Os pretextos podem ser mínimos, até mesmo banais, mas os impasses que logo se criam não têm nada de trivial. Em contos desde já antológicos, como "Uma visita", "Um criminoso" e "O primo", a mão firme de Britto conduz seus heróis e narradores a visões nuas e dolorosas de si mesmos - mais alheios, mais tortuosos, mais covardes do que gostariam de ser. ... |