Sumário |
Começou a duvidar de que os editores fossem homens a sério, por mais lhe parecerem peças de uma máquina. Era mesmo isso, uma máquina. Punha toda a alma nas suas histórias, artigos e poemas e confiava-os à tal máquina. Dobrava as folhas, metia os selos necessários dentro do envelope grande juntamente com o manuscrito, fechava o envelope, colocava mais selos por fora e confiava-o à caixa do correio, que o fazia atravessar o continente. Passado um certo tempo, o correio devolvia-lhe o manuscrito noutro envelope grande, franqueado com os selos que mandara. Não havia nenhum editor de carne e osso do outro lado, mais um simples dispositivo engenhoso que passava o manuscrito de um envelope para o outro e colocava os selos. Era como as máquinas onde se metiam moedas e forneciam, através de um circuito metálico, uma pastilha elástica ou uma barra de chocolate. Obter chocolate ou pastilha elástica dependia da ranhura onde se metia a moeda. O mesmo se passava com a máquina editorial ... |